quarta-feira, 30 de junho de 2010

Eu sou amigos

Às vezes com um pensamento bem distante tento encontrar uma nostalgia dentro de um passado bem comum. Tento transformar as ínfimas coisas em grandes lembranças bem palpáveis a uma mente enérgica de um futuro bem parecido com o passado.

Como era bom sentir o cheiro das lancheiras em uma ilha para guris, uma ilha de fantasias e sonhos que até hoje me fazem apertar o coração. Chego bem perto do Gurilândia e pareço ouvir aquelas vozes inocentes, esperando os pais, eternos heróis, a nos levar para o nosso planeta, dentro de uma via láctea que era à volta pra casa.

Tudo parecia muito distante. Casa e escola, vida e morte, sonhos e pesadelos, amigos e inimigos, amor e ódio, esperança e desesperança. Tudo era mágico, desde o cometa Haley as festas juninas, com repetidos pares e que hoje são lembranças vivas de um passado feliz.

As brincadeiras de roda, esconde-esconde, tica-tica, ônibus, polícia e ladrão, me fazem recordar e que ao acordar estou com pequenas lágrimas caindo em meu rosto. Vidas bem vividas, passado bem lembrando, presente bem vivido.

Uma infância bem vivida nos torna bem exigentes na seleção de amigos (irmãos que hoje tenho) e no principal, no verdadeiro significado de ser feliz. Às vezes pego-me brincando como outrora, parecendo buscar algo que não volta mais. Tento concretizar a abstração da felicidade que sentia ao ver meus amigos.

Perto de meu DEUS chegarei e agradecerei, pois vivi num céu, cheio de anjos e de uma pureza primaveril impar. Ao olhar nos olhos de Phellipe, Ana Cláudia, Daniel,Guga, Diego,Dalinha, Allan, Fabíola, Korina, Samantha, Kelly, Narcisa, Stephania, David, Caio, Márcio de Guará, Luis Carlos, Tiago, Marcelo, Diego de Joaueika, Felipe do 24, Jonathan, Luis Carlos, Mendel, Carol, Amanda, Karina, Jeane, Ezabelita, Tibério,Laísa, Paula, Cristiane eterna vizinha, tenho a certeza que o Sansan é a junção de todos os amigos, eternos tesouros para sempre guardados na minha humilde lembrança.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Luto na Literatura Mundial.

MORREU, NESTA SEXTA-FEIRA, 18 DE JUNHO O ESCRITOR PORTUGUÊS JOSÉ SARAMAGO. Fica registrado todo o lamento para a literatura mundial. Que DEUS o abençoe.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Arrepender-se

Momentos inesquecíveis são aqueles que deixam profundas marcas nos recantos mais íntimos de nossa consciência. Lembrar das dores nos remete ao mais íntimo dos sentimentos, o arrependimento. Arrepender-se nada mais é do que ter a certeza de que o que foi não poderia ter sido.

É difícil assumir que nos arrependemos, pois arrepender-se é assumir que errou. Errar é assumir diante do nosso tribunal, que é a consciência, que somos réus confessos de uma atitude negativa em um momento positivo ou vice-versa.

Viver a vida não é apenas arrepender-se do que não fez, pois muitas vezes o não fazer, não deixa marcas. Viver é também lamentar-se do que fez, pois nossas atitudes deixaram marcas em um universo intimo alheio, muitas vezes indelével ao nosso egocentrismo existencial.

Tanto as lágrimas da dor quanto as das felizes lembranças são de arrependimentos ainda vivos, latentes em nossa mente. O chorar é muitas vezes o lamento de não se ter sorrido, a dor é muitas vezes um lamento para quem morreu ainda em vida, a tristeza muitas vezes é o lamento de não ter morrido um pouco a cada dia, enquanto ainda era tempo.

O lamento é a vida em sua plenitude, é o apocalipse diante do nosso próprio julgamento. É uma síntese crônica de nossa existência, é um making off que foi ao ar sem ensaios, é um filme com um fim inesperado, é um letreiro sem protagonistas, apenas com as vítimas de nossas atitudes, em que somos apenas coadjuvantes.

sábado, 12 de junho de 2010

Imenso.....

Diante da imensidão da vida, pergunto-me porque sou capaz de dirigí-la? Porque vida, teimas em mostrar a quem está por um fio de deixar-te, que vales a pena? Porque não deixas ir, quem isistentemente quer entregar-te a morte? porque vida? Porque? vida?
prazer!!!!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Enquanto isso na cidade do Cabo...

Enquanto isso na Cidade do Cabo......

Que a Copa do mundo é o evento mais esperado no mundo esportivo, disso não temos dúvidas. Que a Copa do mundo gera empregos diretos e indiretos, temos mais que certeza. Todavia, o que há por trás de toda a felicidade, esconde a mais nua e crua realidade que fica abafada na real pobreza nos bafana bafanas.
Afirmaram as grandes autoridades que este evento na África alertaria ao mundo a realidade que vive o País. Infelizmente, o efeito é inverso, uma vez que o que se percebe é a grande riqueza de um país que pareceu esconder do seu povo uma riqueza absurda.
Na cidade do Cabo foi construído um Estádio que custou bilhões de reais, enquanto que a 40 Km dali estava acontecendo a chamada revolução das privadas. O que é isso? Uma das maiores favelas do mundo, composta por 400 mil pessoas, reclamavam e pediam as autoridades que construíssem paredes nos banheiros públicos, uma vez que suas casas não tinham sanitários, nem saneamento. O governo construiu banheiros e segundo o governador, por falta de verba não terminou de fazer as paredes. Enquanto isso, o povo faz as suas necessidades para todo mundo ver.
Mas nada disso importa, é copa do mundo. Estamos felizes por algo efêmero, a população africana também. Afinal, quando acabar a copa as merdas do país, literalmente, serão públicas.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Entre clássicos e minha vida - Parte 1.

Durante anos em minha vida quis guardar belas lembranças em minha mente, como roupas brancas e limpas estendidas no varal de minhas recordações. É impressionante como a memória seleciona os momentos mais dolorosos em nossas vidas. Às vezes esforço-me para recordar momentos felizes, mas a intensidade da felicidade nunca é sentida da mesma forma. Diferente da raiva, do ódio e da tristeza. Parece que quanto mais tempo passa, com mais força elas voltam em nossas recordações.
Sempre fui cético a relacionamentos, afinal nunca tive sorte com eles. As músicas eruditas sempre foram a minha eterna paixão. A cada amanhecer selecionava em minha mente uma música que seria a trilha sonora para aquele belo ou trágico dia. Às vezes os alegrattos coincidiam com meus dias felizes e os adágios correspondiam aos meus dias tristes. Todavia, o mais interessante era quando em momentos felizes de minha vida, os adágios eram as canções do dia e os alegratos pareciam zombar de minha tristeza.
Parece cômico, mas antes de dormir pensava sinceramente qual a trilha sonora para o dia de minha morte. Divagações um pouco transcendentais para uma mente tão preocupada em apenas viver um grande amor.
Entre vida e clássicos foram os anos de minha vida. As dúvidas em minhas decisões eram sempre uma certeza. Está correto em meu ponto de vista era errar aos olhos dos que me rodeavam.
Aos pés da cama sempre indagava: vida o que queres de mim? A todo o momento esperava esta resposta. Talvez daí tenha sido o meu maior erro, esperar.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Solidão

Sinto-me um entre bilhões. Não sou ninguém, mas também tenho a certeza que não há ninguém como eu.
A solidão acompanha-me todos os dias e com ela revelo-me como verdadeiramente sou.
Às vezes sinto-me como o vento, em que o tempo leva sem sentir o peso da responsabilidade. Assemelho-me a sombra e transpasso as pessoas que sabem alguém existir, mas que pisam e massacram, imaginando que ali, ninguém sente dor.
Recordo-me que sempre nas mesas, quando vou jantar, sou sempre o rapaz simpático, que cede a mesa a outros que sempre chegam acompanhados. Um dia, querendo romper com a rotina, senti-me orgulhoso, ao negar a cadeira e dizer: “alguém está chegando”. O meu ego inflou. Queria acreditar naquela mentira e talvez dizer para a solidão a verdade escondida nos recantos mais íntimos de meu coração.
Espantar a solidão é o remédio da hipocrisia moderna. O ser humano tem medo da solidão, embora negue veementemente o medo de morrer só.
Casar é ter aversão da solidão. Mesmo que neguem a instituição, o medo da mais temida, a solidão, faz com que pensemos na verdadeira liberdade de não ser só.
Sou livre se não estou só. Na solidão sou aprisionado pela falsa liberdade de ser eu mesmo. Se estou só não tenho a quem enganar, sendo só não tenho a quem amar, sendo feliz, não há ninguém para compartilhar e em sendo triste, egoisticamente não tenho ninguém para culpar.
A solidão é a confissão dos nossos erros, onde a absolvição dos nossos pecados é dada pela vida, cruel e sorrateira.
Ando só, sem medo de ser infeliz. Tenho medo de estar só. No ventre da mãe ninguém é só. Ao entrar neste mundo somos verdadeiras correntes de solidão em busca de uma ilha solteira, com o intuito de gerar inúmeros seres solitários.
A solidão me salvou.
Um dia a esperada de todos, a morte, chegou me propondo companhia, mas meu medo de abandonar a solidão falou mais alto, pois se eu me for, quem acompanhará a solidão?