segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Palavras

O teu cheiro que vem de longe, parece anunciar um porvir a uma equidistância insignificante do entre eu e você. Olho nos teus olhos e sou aquilo que a tua consciência sempre desejou ter.

As palavras que saem da tua boca são futuros clamores que transcendem a percepção dos insensíveis de coração e aos sensíveis estudiosos de uma razão.

Inexiste o pensamento que deixa languido o meu corpo, desaparecem as dúvidas daquilo sobre quem sempre fui. Estabelecem-se as correntes que uniram o meu "eu passado" com o "eu serei futuro".

Desenhos podem esboçar o sentimento atroz que vem de longe, tintas podem colorir o meu céu cheio de cores. Raios podem trovejar em incessantes batidas que acompanham o pulsar do meu coração. Mas a intensidade do raio é infima perante as batidas de um coração lapidado pela dor de sofrimentos, mas que ainda tem força de pulsar ao perceber que pode desafiar todas os entendimentos.

Quero o que não se pode explicar. Quero apenas o que se pode ter. O poder atrai o ter. Então, apenas queria poder te ter.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Décimo Segundo dia

No silêncio noturno encontro palavras perdidas no dicionário,
Que parecem ter mais sentido após te conhecer.

Na escuridão noturna, encontro no teu olhar a inspiração para te conquistar a cada amanhecer.
No crepúsculo imagino-te aos meus braços e em cada abraço o mundo parece está ali, em minhas mãos.


Na doçura de tua voz encontro o acalento que sempre sonhei ter.
Por falar em sonho, parece que estou em um e não quero acordar,
Mas se acordar, quero-te ao meu lado para poder acreditar que o meu sonho é realidade.

Por que?

Saudade de ter saudade.
Saudade de te ter,
Saudade de ver você.

Falta de te escutar,
Escuto o silencio da falta que você me faz.

O horizonte parece ser perto,
Se tu és o ponto de minha chegada.

Ao longe, quando vi o trem partir, fiquei a mercê de vários porquês.
Tudo parecia sem explicação,
A tua partida, sequer merecia o meu perdão.

Ao escutar Moonlight Sonata de Bethowen,
Pareço escutar o início do meu fim.
A tua partida não levou apenas o meu amor,
Mas o sentido de minha existência.

Mas ainda hoje, pergunto-me o Porquê da saudade de ter saudade de você?

Contradições

As mesmas mãos que constroem o saber,
muitas vezes não sabem, sequer, escrever.
O suor do homem que constrói grandes obras,
Muitas vezes não tem nem onde morar.

O mesmo sorriso, que na recepção, tão bem lhe recebe,
esconde o sofrimento de lágrimas já preparadas para serem, num futuro bem próximo, derramadas.
As mesmas pessoas que tanto lutaram pela democracia,
Hoje são excluidas ditadoramente de políticas públicas.

Muitos que já morreram, estão mais vivos em lembranças,
do que aqueles que ainda vivos, parecem morrer um pouco a cada dia.
Muitas vezes o muito, é pouco.